quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Trânsito nosso de cada dia


Voltando essa semana à noite para casa com minha filha conversávamos sobre o trânsito de Salvador da Baia de Todos os Santos e engarrafamentos também.
Estamos vivendo momentos enlouquecedores nas ruas dessa cidade. Cada dia o caos do tráfego fica mais intenso e desesperador.
Duas coisas me chamam a atenção ao refletir sobre essa situação. A primeira delas diz respeito à forma como as pessoas se comportam no trânsito e em especial como se comportam em situações de grandes congestionamentos. A falta de gentileza e delicadeza com o outro, seja esse outro um motorista ou um pedestre. Usando a expressão que minha filha utilizou, vira um vale tudo nas ruas da cidade.
As pessoas “bem nascidas e bem vividas” fecham os cruzamentos impossibilitando que os demais possam se locomover ampliando ainda mais a situação de caos. Não dão passagem para os veículos que tentam sair das ruas secundárias, pois certamente devem imaginar que esperar alguns segundos ou deixar que alguém passe a sua frente é uma afronta a sua condição de superioridade. De que mesmo?
Os pedestres então nem se comenta, pois entram numa disputa de total desigualdade de condição física para a “briga” pelo espaço urbano. A faixa de segurança, área reservada para a garantia de trânsito dos andantes parece que funciona para os motorizados como uma decoração da rua que alguns “ousados” utilizam no intuito de desafiar os mais fortes que por ali passam e propositalmente aceleram seus carros potentes ou não para deixar claro quem manda no pedaço.
O segundo ponto que gostaria de refletir é sobre o nosso modelo de desenvolvimento a qualquer custo, até mesmo da própria vida e existência humana com as mínimas condições de dignidades. Esse modelo de desenvolvimento acelerado como os nossos veículos, vêem atropelando a nossa condição de vida saudável e sustentável no planeta. E apesar disto nós optamos por ele.
Quem de nós votaria num político que propusesse uma gestão calçada numa diminuição do desenvolvimento desenfreado e priorizasse a nós, pessoas, dentro desse sistema?
Proponho que possamos dentro desse quadro no nosso vale tudo motorizado mudar aquilo que nos cabe de forma mais direta e imediata. Sejamos gentis uns com os outros no trânsito de nossa cidade. Ao invés de sermos conhecidos como a cidade dos motoristas que não respeitam as leis de trânsito, que não param nas faixas para o pedestre passar, que fecham vias com nossa pose de grande coisa, passemos a ser conhecidos como a cidade dos motoristas mais educados e gentis do Brasil.

Sei que podemos fazer isto.




5 Comentários:

Blogger Denis disse...

Olha a sincronia...Vim no táxi hoje do dentista, que é no Itaigara, comentando exatamente isso com o motorista! Rimos até, quando nos demos conta que fazemos muitas das coisas que reclamamos... paramos em fila dupla, tentamos seduzir o guarda pra ficar ali só 3 minutos, estacionamos na banca de jornal, ultrapassamos pela direita, sempre temos pressa... E acredite, terminamos falando em política. A primeira coisa que se faz qdo. o trânsito cresce, é proibir estacionamento na rua. A segunda é transformar as vias em mão dupla. Agora pensa na Cardeal da Silva. Pensa na Avenida Sete... Exemplo prático do totalmente errado. Tudo fica mais longe, mas o trânsito flui... porque o que mata é ficar parado... E claro, os donos de estacionamentos enriquecem muito... Agora, esperar pelo outro... deixar o outro... Ui... Creio também, mas temos muitos e muitos mantras pela frente...

27 de outubro de 2011 às 20:36  
Blogger M. Cohim disse...

Esse transito tira a qualidade de vida humana! uma loucura.

28 de outubro de 2011 às 20:54  
Blogger Denis disse...

Vc não pode se estressar... leve um livro pra ler... use seu notebook... ouça aulas de espanhol no fone... faça meditação... invente alguma coisa nem que seja usar os joguinhos do celular!...

29 de outubro de 2011 às 02:47  
Anonymous Noel disse...

Débora,

Antes de mais nada: adorei a adoção, por você, do espaço virtual. É mais uma oportunidade que temos todos de estar a teu lado.

Quanto ao assunto do post, aqui vai meu pitaco. Trata-se mesmo de um "mal do século". A cultura do transporte individual a qualquer preço faz isso conosco e precisamos, sim, refletir a respeito.

É no trânsito - nas ruas, em suma -, creio, onde mostramos o quão longe ainda precisamos chegar.

Vejo esse mesmo panorama em Feira de Santana, a cidade que proporcionalmente tem a maior frota de motos do País. Aliás, são cerca de 1.000 novos veículos emplacados a cada mês, mas a contrapartida disso é a cada vez maior ferocidade e falta de educação no trânsito.

Trata-se de panorama que complica-se a cada dia. A faixa de pedestres, diz uma amiga minha, é "o pior lugar para se estar" (sic) em Feira.

Pois é. Tempos de degenerescência também no que refere-se a isso?Creio que sim.

29 de outubro de 2011 às 07:38  
Anonymous debora disse...

Noel,

Obrigada pela visita e pelos comentários. Essa é a proposta é começo a "brincadeira" e cada um que quiser completa, dar continuidade às refexões.
Beijos

29 de outubro de 2011 às 08:58  

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