quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

CUNIUNCTIO - A UNIÃO DE OPOSTOS


                                                             Resultado de imagem para lua cheia


Inicio este texto com a cópia de uma mensagem que escrevi pra meu companheiro, para falar da integração dos opostos feminino e masculino.
Obrigada por me incentivar a olhar o novo na minha vida. Muitos novos foram trazidos pra mim pelas suas mãos, pelos seus olhos, pela sua mente.
Você me possibilita crescer como pessoa, fazer alma a partir de tantas deliciosas reflexões que fazemos juntos e separados também.
Você é meu amor, com os meus defeitos e com os seus defeitos. somos seres completos e perfeitos na essência, mas incompletos e imperfeitos na aparência.
Que bom sabermos juntos disso.
Te amo
Não consigo mais pensar o feminino a partir de opostos, feminino x masculino. Não é mais possível, para mim, pela sua ineficiência.
Tenho buscado encontrar em mim uma psique mais integrada nos seus opostos, E especificamente o feminino e o masculino tem sido muito presente nas minhas reflexões.
Opostos sempre me remetem à polaridade tencionada e percebo que tanta tensão não tem gerado relações saudáveis, gentis, amorosas e suaves.
Assim, tenho buscado uma transformação pessoal. Não é fácil!
Já polarizei muito e em muitas situações. Fiz dessa forma porque acreditava que precisava ser assim. Sou fruto de uma cultura que me incentivou a ser dura e firme como "um pau", para ser respeitada como mulher, como chefe, como companheira...
Não quero mais isso para mim!
Não é essa a contribuição que tenho para oferecer ao mundo.
Uma tentativa diária de possibilitar a emancipação e supremacia do meu ser mais suave e amoroso. Um difícil bailado entre tudo que julgava fundamental antes e aquilo que sinto hoje.
Por isso o meu convite é para que sejamos como a Lua cheia que reflete a luminosidade do Sol, a partir da integração entre os dois.
Sejamos suaves nas nossas ações de corpo, de fala e de mente com movimentos circulares.
Acredito no potencial das mulheres como desencadeadoras desse movimento. Minha gratidão a minha condição de mulher geradora de vida e de amor.






segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Tecer o novo

O ano chegando ao fim pra que um novo aconteça!
Primeiro agradecer o ano que está findando. Muitas coisas se moveram, muitas transformações aconteceram. Uma aparência de dificuldade ele tinha. Mas como não vivo de aparências olhei mais fundo pra ele e veja o que descobrir! O número que dele se forma é número de transformação. O nove é fechamento que nos aponta entusiasmado que o novo e inusitado está na curva da esquina.
Que novo será este que logo vai apontar? Pergunto a mim mesma. O ano não nos dá nada e nem tira também, somos nós que construímos aquilo que nos convém.  
Então somos nós mesmos os fabricantes do ano! Do nosso tempo, da nossa vida, da existência aqui no tempo e no espaço. 
Reclamamos da violência, mas não pensamos duas vezes antes de sermos violentos. Queixamos da falta de dinheiro, mas não exercemos o nosso poder da generosidade. Se somos mesquinhos é mesquinhez que colheremos da nossa horta. Dizemos do distanciamento que as pessoas estão mas não conseguimos olhar gentilmente para pessoas próximas e falar com doçura um bom dia.
Não suportamos ser julgados, mas apontamos nosso indicador em riste dizendo tudo de errado a nossa volta.
Queremos um mundo melhor. Todos querem um mundo melhor! Mas agimos como crianças iludidas que acreditam que a felicidade está sob a responsabilidade de um outro, para além de nós. 
Pobres crianças que somos! Não entendemos ainda que os fios que tecem o ano estão nas nossas mãos. Somos nós, só nós, os tecelãs desse tecido. Se quero cores harmônicas tenho que trazer a harmonia para o tear. Se gostaria de uma forma mais alegre são meus dedos que emprestarão a alegria ao meu tecido.
Acreditamos que podemos esbravejar, desqualificar o outro, desrespeitar quem está no nosso entorno, agredir das mais diversas formas, derramar amargura e ódio, mas é o outro que está agressivo, desrespeitoso, amargo, sovina, egoísta.
Por isso, para esse ano que vai começar, eu quero ser uma pessoa melhor. Bem melhor! Quero levar a firme clareza da minha responsabilidade para todos os meus atos, para mim e para o mundo que me circunda. Quero andar na contra mão da pequenez. Quero que todas as minhas ações de corpo, de fala e de mente sejam as mais benéficas para o mundo. Só assim, com cada um pensando nas suas próprias ações e responsabilidades poderemos desejar e construir um ano melhor.
Que venha 2017, estarei lhe esperando com meu coração aberto. As adversidades são os nossos maiores professores.
Faço um convite a cada pessoa que fizer contato com essa reflexão, que seja o melhor que você possa e construa um ano muito especial. O que não conseguirmos ainda, paciência. Sejamos gentis com nossas falhas, só podemos seguir do ponto em que estamos. 
Que todos os seres possam ser beneficiados!




terça-feira, 29 de novembro de 2016

FLUINDO COM A VIDA

Os ciclos fazem parte do movimento natural da vida. A Lua nova que cresce e vira cheia, que por sua vez míngua, fecha um ciclo e recomeça um novo.
As estações se sucedem, gostemos ou não, emprestando qualidades diferentes para cada período do ano.
Nós também vivemos variados ciclos que, por sua vez, são influenciados pelos tantos outros fora de nós.
A questão que me faço é: como estamos vivendo esses ciclos?
Observo que, de modo geral, o mundo contemporâneo nos arrasta por um tipo de experiência tão voltada para fora de nós e tão dicotomizada que, contraditoriamente, nos leva a acreditar que a vida é linear e constante.
Dentro desse modelo perdemos as nossas conexões com as especificidades de cada ciclo, internos e externos, além, de não conseguirmos reconhecer a dinâmica deles em nós. O nosso corpo, as nossas emoções e a nossa mente se constituem e são influenciados por padrões de circulação da energia vital, individualizada em nós.
Se harmonizados, eles fluem livremente, renovando a cada respiração a energia vital para  nosso corpo, nossa mente e nossas emoções em conexão direta com o Universo Criador.
Assim a Auto Aplicação do JIN SHIN JYUTSU ensina a relaxar e recarregar a sua energia para trazer paz,  mais vitalidade e harmonia  para o corpo, a mente e as emoções. 
Como somos convidados a olhar constantemente para fora, vivendo de forma corrida e desconectados de nós mesmos, vivemos esse fluir da vida como folhas secas levadas ao vento. 
Perdemos o controle da nossa própria vida!
Depositamos no mundo fora de nós a responsabilidade por nos fazer mais felizes, nos curar, nos harmonizar, quando cada um de nós possui instrumentos poderosos de equilíbrio da nossa saúde. Ou seja, nossa respiração, feita de forma consciente e nossas mãos recarregadoras de energia vital, se tocadas nos 26 pontos de recarregar energia que temos em cada lado do nosso corpo. 
Assim nesse fechamento do ano de 2016, que já está em curso, o meu convite é para você participar do FLUINDO COM A VIDA. Uma vivência teórico vivencial com fluxos do JIN SHIN JYUTSU específicos de fechamentos e abertura de ciclos e materialização de novas etapas e projetos, . Você aprenderá toques e fluxos que lhe ajudarão a se harmonizar.
Ampliar sua capacidade de auto gestão da sua saúde, auto cuidado que possibilita a prevenção de doenças e desarmonias.
Passaremos o dia, em contato com a natureza, aprendendo e praticando alguns fluxos do Jin Shin Jyutsu - Arte Japonesa de harmonização da energia vital - que ajudarão nos fechamentos desse e de outros ciclos, assim como fluxos que possibilitarão iniciar e materializar novos movimentos.
Será uma excelente oportunidade de voltarmos nosso olhar para o que existe de sutil em nós aprendendo a nos harmonizar.
Inscrições:
(71) 99938-8420 - Débora
(71) 99977-7616 – Flávia
Até dia 02 de dezembro – R$ 170,00
De 03 a 09 de dezembro – R$ 200,00

Débora Cohim – Praticante autorizada para a prática de Jin Shin Jyutsu e curso de Auto Aplicação





segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Às minhas ancestrais

Hoje, na Lua cheia de Touro, eu inicio minha publicação reverenciando minhas ancestrais.
Eu honro as minhas ancestrais e compartilho com você a minha mais profunda aspiração de que o Sagrado Feminino em cada uma de nós possa florescer e que possamos ser como lamparinas que se acendem na escuridão  trazendo uma nova e amorosa realidade.
E na claridade dessa Lua cheia, eu honro todas as mulheres que gestaram e pariram, fazendo a vida se manter e se renovar. A todas as mulheres da minha família geradoras de vida que pela sua linhagem possibilitaram que eu estivesse aqui.
Carrego no meu DNA parte do DNA de cada uma delas.
Agradeço  a todas as minhas ancestrais que carregaram dentro de si a minha origem. 
Eu entendo todos os seus equívocos. Afinal somos humanas! E essa pode ser uma grande descoberta para muitas de nós. Sinto as suas dores.
Que através de mim o feminino de todas as minhas ancestrais seja curado e que o feminino das gerações que me precedem possa seguir curado e curando. Que a capacidade de cura pelas plantas de vovó Isabel seja resgatado por mim, minhas filhas, netas e sobrinhas, por minhas primas e filhas das minhas primas.
Somo seres alquímicos! Voltemos a fazer alquimia da vida, na vida e com a vida. Sinto profundamente que nosso resgate do feminino sagrado nos possibilita reconectar com toda a sabedoria das nossas ancestrais.
Honrar as nossas ancestrais e poder reconhecer a nossa origem e a interconectividade que nos mantem unidas por um fio invisível de luz. Não iniciamos nossa existência a partir de nós mesmas.
A Lua cheia é o momento onde tudo fica exposto, tudo claro. Aproveitemos para olhar como está nossa plantação da última Lua nova. A hora é de colheita, então colhamos exatamente o que plantamos. E como alquimista façamos a transmutação do ferro em ouro.
Assim como essa Lua ilumina a noite generosamente, que nós possamos iluminar a nós mesmas e a todos que estiverem próximos de nós. Que essa energia da Lua cheia que é intensa e poderosa nos possibilite enxergar tudo aquilo que precisa ser visto. Não tenhamos medo porque nunca estamos sós.
Abençoadas sejam todas as mulheres. Abençoada seja minha mãe, que como a minha mais próxima ancestral, evoco aqui como representante de todas as que a antecederam.
Que a Grande Mãe abençoe a todas nó

  





segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Impermanência

É interessante que ao escrever sobre os ciclos e a importância de nos conectarmos com eles, no lugar de nos opormos, fui confrontada com o tema da morte de forma significativa. Escorpião na Lua nova, na semana passada, trouxe o tema de forma persistente para mim.
E o que seria a morte se não um ciclo da própria vida!
Não é possível pensar na existência sem olhar para a não existência. Considerando aqui existência e não existência numa perspectiva fenomênica. Assim o tema dos ciclos volta trazendo o inexorável ciclo de vida e morte.
Podemos pensar ainda nas tantas mortes que vivenciamos ao longo da nossa vida. A morte do corpo que nos impacta de forma mais dramática e significativa, mas também muitas e variadas mortes. Os amores que se acabam, os projetos que não seguem adiante, as despedidas de lugares e pessoas que nos vinculamos, as escolhas que nos obrigam a ter apenas um e abrir mão de todo o resto, enfim somos confrontados com a impermanência dos fatos o tempo todo.
Entretanto, insistimos em olhar para a nossa existência como se ela fosse constante, lidamos com nossos amores como se sempre houvesse um amanhã para dizermos o que sentimos, planejamos os nossos planos como se o futuro fosse uma garantia. Ou seja, vivemos numa grande ilusão!
É como se estivéssemos imersos num sonho acreditando que vivemos uma realidade concreta. Talvez nos agarramos a um modelo de vida linear e reacional para substancializar a nossa ilusão, ou melhor, foi o mundo racional e linar, inaugurado pela Era Mental, que nos colocou de forma tão dividida nessa ilusão. 
A partir da ilusão da constância, do que na verdade é inconstante, não nos lembramos de buscar o nosso propósito. Se sempre haverá um amanhã, nos enganamos acreditando que haverá também um tempo mais propício para refletir sobre o propósito nesta veda. Isto para aqueles e aquelas que acreditam que temos algum propósito e que precisamos descobrir. Porque estamos tão focados no mundo espacial no qual o trabalho é seu propósito maior que não lembramos da busca do nosso Eu mais profundo e, portanto, do nosso proposito maior.
Para quem acredita na astrologia eu diria que a casa dez do mapa está ali com os sinalizadores de energia capricorniana piscando para nos indicar esse propósito.
Ôpa, astrologia, capricórnio, propósito? Isso é coisa dos tempos primitivos, antes de descobrirmos a nossa racionalidade e capacidade de dominarmos a natureza. Isso é coisa ultrapassada! Poderiam diz as pessoas que pensam logo existem, mas as que acham que existem para muito além dos seus pensamentos poderão ver sentido no que estou falando.
Mais uma vez também o tema do feminino surge como elemento importante nessa reflexão. É a partir do feminino em nós, todos nós, que podemos olhar para a existência de um ponto de vista não racional, considerando as muitas dimensões que nos habita ou que habitamos de forma absolutamente interconectadas, inclusive entre nós e os outros e entre os diversos eus que me constitui, como diria Jung.
Quando conseguimos ampliar o nosso olhar, conseguimos viver a nossa existência focada no aqui e no agora, lembrando que é só no aqui e no agora que podemos plantar nossas sementes, que poderão nascer ou não, mas em nascendo é importante sabermos o que queremos colher e portanto o que queremos plantar. Não podemos plantar urtiga e posteriormente colher grama verde e refrescante.
Assim também são nossas experiências. Nem sempre lembramos de onde surgiram experiências desagradáveis na nossa vida. Achamos, em geral, que é o mundo externo, fora de nós,  o responsável. Quando elas são agradáveis, ai é que nem queremos pensar mesmo. Nos agarramos a elas como se fossem eternas.
Hoje começa uma nova lunação, a Lua entra no seu quarto crescente no signo de Touro, e é um ótimo momento para limparmos o terreno onde foram plantadas as sementes na Lua nova. Seria muito legal se aproveitássemos para meditar sobre a impermanência.
Podemos nos questionar mentalmente, o que se mantem estável, sem alteração nas nossas vidas, se existe alguém que nunca tenha morrido ou mesmo se somos os mesmos desde que nascemos. Meditar investigando profundamente sobre essas perguntas, que nos parecem obvias, mas que agimos como se não soubéssemos de forma tão obvia as respostas.
Seria muito bom também se conseguíssemos durantes esse próximo  período lembrarmos, cada vez que somos impactados por alguma coisa ou com alguém, no lugar de reagirmos, lembrarmos, "Isso é impermanente, por isso vai acabar, por que gastar tanta energia reagindo com algo que não vai durar?"
O Sagrado em mim se conecta ao Sagrado em você! Uma linda Lua Crescente para todos nós.  




domingo, 30 de outubro de 2016

SOMOS CICLOTÍMICAS






Tomo emprestado a energia dessa Lua nova em Escorpião, que nos traz a possibilidade de renovação, de deixar morrer o que não nos serve mais e permitir o nascimento do que está por vir e volto a escrever no meu Blog, depois de alguns anos em silêncio.

É plena dessa linda energia que compartilho com vocês algumas reflexões sobre o feminino na sociedade contemporânea e a necessidade que minha alma reclama de buscar a integração entre os opostos, masculino e feminino, entretanto, entendo que só podemos integrar aquilo que conhecemos.


Para começar precisamos parar de olhar os nossos ciclos, menstruais, de idade, menopausa, gestação, etc., como algo indesejável. Somos CICLOTÍMICAS.


Ser ciclotímica não é algo muito bem visto nos nossos dias, aliás bota dias nisso. Nos dias das nossas mães, avós, bisavós e por aí vai. É sempre uma característica pejorativa essa de sermos seres de ciclos. Ser de ciclos representa não ser linear, não seguir uma linha reta, é a possibilidade de darmos volteios, de mudarmos os nossos humores e amores.


O nosso ciclo menstrual é visto como inadequado para a convivência no mundo solar, racional e linear. Somos complicadas com essas mudanças hormonais e “humorais”. Os comerciais de absorventes insistem em colocar um líquido azul representando nosso sangue, que diga-se de passagem é vermelho e cheio de energia. Energia da vida que não foi gerada e deveria voltar para a terra para alimentá-la. 


Talvez complexas demais para relações humanas que exigem rapidez, objetividade, individualidades exacerbadas e superficialidade relacionais. Porque as profundezas dos afetos podem gerar sofrimento e esse não pode ser assumido, ao contrário tem que ser sumido das nossas vistas.  


Conquistamos o mundo dos homens, temos muitos direitos garantidos, e fora de possibilidade questionar a importância disso, mas perdemos o mundo das mulheres. Aliás, o mundo perdeu o feminino! O feminino não só nas mulheres, mas também nos homens, nas relações, nos afetos, nas intuições, na nossa psique monoteísta egoica, na cultura e nas aventuras.


Retomar a escrita do meu blog foi o resultado de muitos e diferentes processos de reflexão sobre o meu próprio lugar no mundo, sobre o lugar das minhas filhas e neta, da minha mãe e tias, das minhas enteadas e sobrinhas. Resultado das tantas e variadas reflexões sobre esse modelo falido de sociedade racional, na qual falar e viver afetos e cooperação são restritos para alguns e inexistentes para tantos outros.


Quero com esse espaço, que a tecnologia me faculta, falar sobre o resgate do feminino. Um feminino com direitos e liberdade de ser quem quiser ser. Um feminino que não me aprisiona ao mundo doméstico, mas que também não me encarcera ao mundo da razão.


Assim mergulhando no mundo da intuição, da "magia", da construção de almas é que convido cada um(a) que acesse esse texto a fazer um momento de conexão com o Sagrado em você.


Você pode fazer três minutos de meditação, uma oração da qual tenha fé, oferendas de lamparinas, qualquer forma de conexão com o seu Sagrado. 

Peça que o seu propósito, para essa vida, seja revelado e que o propósito da vida de cada ser também possa ser revelado. 
Faça brilhar, de um diamante no centro do seu coração, luzes de arco-iris que se expandem e ao tocarem cada ser, esses terão alívio dos seus sofrimentos.

Que a Grande Mãe abençoe todos os seres! 






sábado, 6 de outubro de 2012

Brasil no topo do consumo de agrotóxico





Lamentavelmente o Dossiê da ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva – Um alerta sobre os impactos dos Agrotóxicos na Saúde, nos aponta para uma grave situação que este modelo de desenvolvimento está nos impondo. Nos últimos três anos o Brasil está ocupando o primeiro, sim PRIMEIRO lugar no consumo de agrotóxico. Esse dossiê propõe fazer um alerta à sociedade e ao Estado Brasileiro dos graves impactos sobre a saúde da população brasileira com esse crescimento ascendente de uso de agrotóxico no nosso país, assim como da contaminação do ambiente.

Esse documento produzido por especialistas da área chama a nossa atenção para o fato de que esse descaso com a saúde pública é resultante de uma escolha por um modelo de desenvolvimento que prioriza a produção de bens primários para exportação. Ou seja, mais uma vez, em mais uma área das nossas vidas evidencia-se que o bem estar das pessoas é irrelevante para as definições de políticas públicas e os modelos escolhidos para o desenvolvimento das nossas cidades.

A necessidade de mudar essa perspectiva de desenvolvimento a qualquer custo, inclusive da própria saúde física e mental do ser humana, para quem essa política deveria ser direcionada, urge.

Os responsáveis por essas decisões, equivocadamente, acreditam que o ganho financeiro que esse modelo proporciona para alguns poucos, sendo que eles fazem parte dessa pequena parcela, representa um ganho positivo. Porém estão colocando em risco, suas próprias vidas e das suas pessoas mais próximas.

Evidentemente que nós todos somos responsáveis por essa situação quando apoiamos as suas implementações, seja através das nossas ações ou das omissões diante das mesmas.

Agimos como se estivéssemos hipnotizados por falsas promessas de uma felicidade pueril que o dinheiro, por si só, nos pudesse oferecer. O que será que faríamos se alguém nos oferecesse um copo de água e soubéssemos que ali foram colocadas algumas gotas de veneno? Certamente não tomaríamos. E por que continuamos acreditado que a bruxa de estória de Branca de Neve está nos oferecendo uma linda e saudável maçã? Como crianças inocentes, brincamos com coisas perigosas, atraídos pelas suas cores fortes e chamativas.

Assim procedemos com o modelo de educação que está posto para nossos filhos e netos, com os valores que são propagados pelos veículos de comunicação, pelo modelo de trânsito que transforma nossas vidas nesses verdadeiros infernos de engarrafamentos. Achamos normal ficarmos estressados pela exigência de dar conta de um ritmo de vida enlouquecedor.

Até quando seremos levados para o matadouro passivamente. E vejam que não proponho que busquemos mudanças a partir de atos violentos, podemos ter uma postura ativa e pacífica, Gandi é um bom exemplo disso. É interessante observarmos como pode parecer um monte de bobagem falar sobre isso. Como pode parecer fora de moda ou sem grande importância falar de viver bem e feliz. Questionar o “progresso” é inapropriado para as pessoas que desejam ser incluídas no mundo do trabalho, numa situação de sucesso, etc.

Espero que todos os nosso bebês possam segurar cartazes que digam “ Quero leite sem agrotóxico”.