sábado, 31 de dezembro de 2011

Limpeza de ano novo

Hoje é o último dia do ano de 2011 e quero aproveitar para arrumar minha bagagem para 2012. Quero levar, apenas, as coisas úteis e por isso preciso fazer uma limpeza tirando as quinquilharias acumuladas. E como acumulamos porcarias...


Primeiro, vou me desfazer das coisas mais fáceis. Vou tirar do meu armário tudo aquilo que não me serve mais, ou que durante o ano eu nunca precisei. Acho esse um critério legal, se eu passei um ano sem precisar de alguma coisa que tenho nas minhas gavetas ou armários, certamente ela não me é útil e portanto, posso passar adiante. Concorda?


Vamos lá para nossa receita de limpeza para o próximo ano.


Depois que tiro o que está sobrando nos armários vou tirar o que está sobrando ou que não é útil para minha vida.


A pressa é uma das maiores inutilidades do mundo contemporâneo, por isso jogo fora num lugar que ninguém possa pegar por engano. Convido você, especialmente minha mãe, a jogar também toda a sua pressa fora para podermos experimentar uma vida mais tranquila.


Num dia desses, estava com horário marcado para um compromisso matinal, mas em razão de um grande engarrafamento o motorista atrasou. Comecei a perceber que a cada minuto que passava minha mente mais se agitava e por sua vez quanto mais minha mente se agitava mais irritada eu ficava.


Quando sair de casa, já atrasada, agitada e irritada, me esbarrei com um trânsito louco, totalmente travado. O que representava um ótimo elemento para ampliar minha agonia com o atraso.


Num dado momento pensei: o que de pior pode me acontecer com esse atraso? Não chegar ao me compromisso. Respondi a mim mesma. Mais uma vez me perguntei:ok! Se não chegar ao meu compromisso o que pode me acontecer? E a resposta foi: Remarco o compromisso. Nada de tão grave aconteceria. Se analisarmos cuidadosamente as conseqüências da não concretização da nossa agenda diária, vamos observar que, em geral, não têm nenhuma gravidade.


Nesse momento eu pensei! Eu sempre tenho mais de uma opção de como vou transitar pelas adversidades. Nesse caso, por exemplo, ficou muito claro que eu poderia ter seguido meu fluxo mental e ampliado a minha ansiedade minuto a minuto, mas também poderia parar e redirecionar o meu pensamento. Foi o que fiz!


Experimente isso e veja como fica interessante. Você dominando o seu pensar e não o contrário. Pode ser um jogo divertido. Nem sempre conseguimos, mas se não tentamos...


A outra coisa que quero jogar fora são as atitudes prejudiciais que tive com as pessoas. A cada uma delas peço desculpas e me comprometo a não mais repetí-las. Prometo que vou me esforçar muito para isto.Justificar


Se não conseguir, sempre peço a você que seja generoso e me dê seu perdão, pois certamente só não fui melhor por que não pude.


A todas as pessoas que, em algum momento, me fizeram sofrer, digo com toda certeza que qualquer traço desse sofrimento já se dissolveu no espaço e nada mais resta.


Assim faço minha limpeza para o próximo ano. Não quero levar nenhum único sentimento ruim, nenhuma mágoa, nem raiva ou aversão por quem quer que seja.


Levo para o próximo ano um compromisso de amor, compaixão, alegria pela felicidade e sucesso do outro, equanimidade nas minhas relações e a promessa de ser melhor.





sábado, 24 de dezembro de 2011

O seu Feliz Natal é você quem faz! Carma é carma!

Desejo que o Papai Noel lhe traga bons presentes neste Natal e um ano cheio de coisas maravilhosas!
Só que preciso lhe fazer uma revelação. Ao contrário do que sempre acreditamos Papai Noel não passa de um entregador. Isso mesmo, exatamente como aqueles entregadores de pizza. Eles só nos entregam os sabores por nós solicitados, se pedirmos calabresa é calabresa que receberemos.
Com o Papai Noel é igual, ele nos traz os presentes que um dia deixamos sobre sua responsabilidade. Ou seja, só recebemos aquilo que depositamos e esse depósito é feito através das nossas ações.
As nossas ações podem ser executadas com nosso corpo, com a nossa mente através dos pensamentos que temos ou das palavras que proferimos para o outro. Assim, nada do que fazemos é menosprezado, seja para o bem ou para o mal.
As nossas ações do passado nos perseguem como um rastro de pólvora! Por isso o presente que recebemos hoje não foi escolha do Papai Noel. Não é bondade ou maldade dele a qualidade do presente que recebemos.
O nosso presente farto e próspero de hoje é o resultado de nossas ações generosas de ontem. Não tenha dúvida! Nada nos chega sem que a encomenda tenha sido feita antes por nós mesmos. O problema é que não conseguimos lembrar o que encomendamos e quando recebemos os famosos presentes de grego, maldizemos o Papai Noel e até as suas renas, coitadas.
Uma coisa eu posso garantir o Papai Noel não é nem justo nem injusto. Ele apenas nos traz o que já é nosso. E ai está a boa notícia! Pode ser que nesse Natal o presente que vou receber não seja muito legal, muitas vezes pode ser até bem ruim, mas se eu tiver muito cuidado com todas as minhas ações estarei depositando presentes muito bons para receber no futuro.
Por isso o que desejo para você neste Natal e no ano que chega é a sabedoria de cuidar da sua conduta com a delicadeza de um artista que sabe que o seu quadro terá como resultado a beleza e as cores por ele colocadas.
Sermos melhores é a grande poupança que fazemos para recebermos os bons presentes. O que nos traz prosperidade é a generosidade e não o jogo da mega sena da virada, acredite nisto. Essa é uma ótima notícia, pois minha vida está inteiramente em minhas mãos e posso fazer dela o que bem quiser. O Papai Noel de cada um de nós é criado e gestado por cada um de nós.
Então o que quero para você é exatamente o que quero para mim. As condições para depositar “bons presentes” para os próximos natais. Por isso vamos ficar atentos, para depois não reclamarmos da encomenda que recebemos nas nossas vidas.
De verdade desejo um lindo Natal para você e um 2012 só com boas ações.




sábado, 17 de dezembro de 2011

Eu prometo...

Adoro o Natal! Ele representa para mim um período de festa e confraternização. Certamente uma história familiar me remete a esse período desta forma. Dia 24 de dezembro é aniversário de meu irmão mais novo e por isso esse sempre foi um dia muito festivo na minha casa.
As noites de Natal na minha família eram sempre compartilhadas por muitos amigos de meu irmão e de todos nós transformando essa data numa festa sempre muito divertida.Além disso observo que esta época tem um clima de confraternização que circula e permeia muitos ambientes. Sei que existe um grande apelo de consumo e que este espírito rege a nossa sociedade de forma mais exacerbada nesta época, mas observo que um espírito de amor e bondade permeia tudo isso.
Sei que parece inocência enxergar essa bondade transitando nos corredores dos shoppings enquanto as pessoas se atropelam nas compras apressadas de fim de ano. Entretanto, sinto como se a bondade inerente ao ser humano quisesse aproveitar essa festa para se firmar a despeito de todo o resto.
E é nesse clima, que mistura compras, gastos com coisas desnecessárias e desejos de sermos melhores, de sermos mais gentis e generosos com os outros que fazemos nossas promessas.
Prometemos sempre algo que nos permita sermos mais felizes e, em geral, essas são promessas de dias e atitudes melhores. Dificilmente vemos alguém prometer ser mais egoísta ou cruel com as pessoas.
Estive pensando sobre minhas promessas para o próximo ano, inspirada no blog de minha amiga Denis Rivera, divinas cureis.
Eu prometo ser uma pessoa melhor! É isso ai, não quero menos para mim no próximo ano. E o que é mesmo ser uma pessoa melhor? Para mim é ser mais cuidadosa com o outro. Com os diversos outros que tocam a minha vida de alguma forma. Aqueles que me são simpáticos e agradáveis e aqueles que nem tanto.
Olhar de forma equânime para as pessoas essa pode ser a primeira ação do meu projeto de ser melhor. Se olharmos para trás e pensarmos sobre nossas atitudes percebemos que sempre que agimos gerando sofrimento ao outro deixamos em nós mesmos uma semente de sofrimento também.
Depois do tempo passado e a cabeça fria percebemos que poderíamos ser melhores. Nós sempre podemos ser melhores! Não precisamos reagir no mesmo tom descortês, estúpido, egoísta e grosseiro do outro. Podemos parar e deixar que aquela emoção que nos perturba passe por nós como um vento que não é capaz de nada além de nos assanhar os cabelos.
Vivi outro dia uma experiência muito interessante que me fez refletir sobre essa possibilidade de ser melhor do que aquilo que meu instinto me faz ser.
Tenho uma vizinha que conseguiu criar problema com todas as pessoas da minha casa,com a pessoa que trabalhava comigo, com minhas filhas, com meu marido e comigo. As causas das irritações dela eram as mais variadas e ficamos todos loucos com esta situação. Ela por sua vez se colocava mais e mais agressivas e nós mais e mais reativos a ela.
É óbvio que essa é uma equação que não nos leva a boas atitudes. Construímos as piores imagens uns dos outros e agimos pautados nessa imagem. Cada vez que abria minha porta imaginava a possibilidade de encontrá-la, pois sempre que isto acontecia aflorava em mim sentimentos muito negativos e certamente nela também.
Neste processo “natural” de indisposição mútua qual seria a nossa chance de mudar o curso dessa convivência? Nenhuma! Esta é a forma mais eficiente que temos de gerarmos conflitos. Cada um de nós, achando-se cobertos de razão, reunimos o nosso arsenal de grosserias para jogarmos no outro que por sua vez...Todos nós sabemos onde isto vai terminar.
Um dia, depois do chá de bebê da minha filha, resolvi, por sugestão de meu marido, levar um pedaço de bolo para essa minha vizinha. Cortei um pedaço generoso daquele bolo confeitado e bati a sua porta. Ela perguntou quem era e eu respondi meu nome e o número do meu apartamento, para ser identificada, pois acredito que apesar de todo esse desentendimento ela nem mesmo sabia meu nome.
Ela abriu a porta e antes que pudesse formular qualquer pensamento eu lhe entreguei o prato e disse-lhe que era do chá da minha filha. Ela me abraçou, pediu desculpas, agradeceu, abriu um sorriso e mostrou o que tinha de melhor. Falou rapidamente da sua vida colocou-se disponível para o que precisássemos e naquele momento o clima de conflito se desfez completamente.
Para mim ficou muito claro que sempre podemos ser melhores do que somos. Que não precisamos dar o troco ao outro no mesmo padrão do que recebemos. Se conseguirmos responder com bondade e gentileza, mesmo aqueles mais estúpidos e grosseiros, quebramos a trajetória do conflito e abrimos a possibilidade de deixar aflorar o que temos de melhor, possibilitando ao outro também mostrar o que tem de bom.
Todos nós queremos ser felizes e isto nos iguala.




sábado, 10 de dezembro de 2011

A Impermanência da Vida em Cordel

Veja bem, minha gente amiga,
A história que vou contar.
Preste bastante atenção
Prá poder desapegar.

Tudo que começa, tem fim
Não é difícil entender
Basta olhar a sua volta
Que vai logo compreender.

O dia começa e termina
A noite também chega ao fim
Assim como os meses do ano
Não ache isso ruim.

A tristeza também passa
E tudo que tem de ruim
Nada fica para sempre
É muito simples assim.

Olhe prá sua cidade
Pense-a há anos atrás
Veja se continua a mesma
Reflita direito, rapaz!

E os amigos que tinha
No tempo de sua infância
Quantos ainda persistem?
Com quantos ainda se encontra?

Olhando prá seu corpo de hoje
O que consegue encontrar?
Da sua idade bebê
O que pode identificar?

Quantos afetos se foram
Pela morte ou pelo tempo
Que pareciam eternos
Hoje sumiram no vento.

Ninguém escapa da morte
Nem mesmo Buda ou Jesus
Que mesmo com tanto saber
Morreu pregado na cruz.

Um dia também chega meu fim
Mesmo que isso me doa.
Por isso não perco meu tempo
Não me aborreço a toa.

De tudo isso que disse
Um ponto é bem importante:
Nada que temos nos segue,
Pense nisto um instante.

De que vale tanto aperreio
Nas coisas do dia a dia
Se depois de tudo isto
Só a bondade nos guia.

Dinheiro, não vale juntar
Nem também fama e poder.
Mas se tiver tudo isso
Lembre que pode tudo perder.

Ser generoso e gentil
Essa é uma boa riqueza.
Por isso use o que tem
Ajude acabar a pobreza.

Assim digo até logo a vocês
Sem saber com certeza
Se terei de novo um dia
Com toda essa beleza.




segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Viver simplesmente

Tenho pensado muito sobre a complexidade da minha vida. O corre-corre diário, o estresse, o trânsito, o ritmo acelerado que incorporamos como se natural fosse.
Em meio a estes pensamentos compartilhei com minhas filhas o meu desejo de simplificar a minha vida. Possibilitar, para mim, outro ritmo, pois este está me adoecendo e me afastando das coisas verdadeiramente importantes.
Sara, minha filha mais velha, me disse que o difícil era conseguir sair da roda viva e me lembrou que essa “loucura” era o modelo de sociedade que estamos “submetidos”. O que é a mais pura verdade. Essa sociedade contemporânea cada dia mais acelerada parece que não tem freio. Tenho observado, inclusive, que as pessoas falam com gosto, (ou seria gozo?) das suas vidas super corridas. É chique, é símbolo de status, quase sinônimo de sucesso estar estressado.
As mães se referem a sobre-carga dos seus filhos com um prazer e orgulho que podemos ler nas entrelinhas dessas falas “Vejam como meu filho deu certo!”.
Temos até uma certa vergonha de contar para alguém uma agenda que não tenha compromissos que se atropelam e uma carga horária de trabalho que não se expande para além das usuais. Se é que existe carga horária usual. Parece que estamos nos referindo a uma pessoa que não está bem sucedida na vida, que não deu certo.
Pois quero dizer para vocês que sonho com essa vida simples, sem correria, com horário para um almoço tranquilo com minha família ou com pessoas amigas em alguns momentos. A possibilidade de visitar as pessoas queridas e bater papo sem pressa. Ah! Que vontade que tenho de fazer tudo isto.
Outro dia ao chegar em casa observei que uma vizinha estava fechando carro e que provavelmente iria usar o elevador, assim segurei a porta e perguntei se iria subir, ela veio correndo. Procurando exercitar um pouco da tranqüilidade que quero imprimir para mim disse-lhe – Não precisa correr, eu lhe aguardo. Ela entrou e comentou como a vida está corrida e o quanto isto a aborrece.
Comecei a perceber que essa aceleração está incomodando muita gente. Nós não aguentamos mais esse ritmo imposto por esse modelo de sociedade que nós ajudamos a manter.
Precisamos simplificar a vida! Podemos começar simplificando a nossa vida pessoal, pensarmos com mais cuidado o que necessitamos de verdade e o que é construído como necessidades pelo modelo de consumo que estamos inseridos.
Sei que não é simples! É como se estivéssemos numa roda que gira em velocidade muito alta e tivéssemos que pular fora dela em movimento. Quase impossível, pois a própria velocidade da roda nos mantém colados a ela. Entretanto podemos descobrir que essa roda não passa de uma criação mental e que nunca existiu nem a roda nem a velocidade dela e assim imprimir a velocidade que quisermos a nossa trajetória de vida.
Verdadeiramente o que sei é que esse modelo de vida não está bacana, ele é adoecedor. Quero uma vida de mais paz e amor. Sim aquela utopia dos anos 60, por que não ? Poder brincar mais, rir mais, jogar conversa fora, fazer dos encontros momentos sem pressa.
Não sabemos o nosso prazo de validade. Devíamos viver como se soubéssemos que vamos morrer amanhã, só assim valorizaremos mais a vida de hoje e paramos de achar que precisamos passar pelo hoje apenas como preparativo para viver o amanhã. E não sabemos se ele virá.