domingo, 30 de outubro de 2016

SOMOS CICLOTÍMICAS






Tomo emprestado a energia dessa Lua nova em Escorpião, que nos traz a possibilidade de renovação, de deixar morrer o que não nos serve mais e permitir o nascimento do que está por vir e volto a escrever no meu Blog, depois de alguns anos em silêncio.

É plena dessa linda energia que compartilho com vocês algumas reflexões sobre o feminino na sociedade contemporânea e a necessidade que minha alma reclama de buscar a integração entre os opostos, masculino e feminino, entretanto, entendo que só podemos integrar aquilo que conhecemos.


Para começar precisamos parar de olhar os nossos ciclos, menstruais, de idade, menopausa, gestação, etc., como algo indesejável. Somos CICLOTÍMICAS.


Ser ciclotímica não é algo muito bem visto nos nossos dias, aliás bota dias nisso. Nos dias das nossas mães, avós, bisavós e por aí vai. É sempre uma característica pejorativa essa de sermos seres de ciclos. Ser de ciclos representa não ser linear, não seguir uma linha reta, é a possibilidade de darmos volteios, de mudarmos os nossos humores e amores.


O nosso ciclo menstrual é visto como inadequado para a convivência no mundo solar, racional e linear. Somos complicadas com essas mudanças hormonais e “humorais”. Os comerciais de absorventes insistem em colocar um líquido azul representando nosso sangue, que diga-se de passagem é vermelho e cheio de energia. Energia da vida que não foi gerada e deveria voltar para a terra para alimentá-la. 


Talvez complexas demais para relações humanas que exigem rapidez, objetividade, individualidades exacerbadas e superficialidade relacionais. Porque as profundezas dos afetos podem gerar sofrimento e esse não pode ser assumido, ao contrário tem que ser sumido das nossas vistas.  


Conquistamos o mundo dos homens, temos muitos direitos garantidos, e fora de possibilidade questionar a importância disso, mas perdemos o mundo das mulheres. Aliás, o mundo perdeu o feminino! O feminino não só nas mulheres, mas também nos homens, nas relações, nos afetos, nas intuições, na nossa psique monoteísta egoica, na cultura e nas aventuras.


Retomar a escrita do meu blog foi o resultado de muitos e diferentes processos de reflexão sobre o meu próprio lugar no mundo, sobre o lugar das minhas filhas e neta, da minha mãe e tias, das minhas enteadas e sobrinhas. Resultado das tantas e variadas reflexões sobre esse modelo falido de sociedade racional, na qual falar e viver afetos e cooperação são restritos para alguns e inexistentes para tantos outros.


Quero com esse espaço, que a tecnologia me faculta, falar sobre o resgate do feminino. Um feminino com direitos e liberdade de ser quem quiser ser. Um feminino que não me aprisiona ao mundo doméstico, mas que também não me encarcera ao mundo da razão.


Assim mergulhando no mundo da intuição, da "magia", da construção de almas é que convido cada um(a) que acesse esse texto a fazer um momento de conexão com o Sagrado em você.


Você pode fazer três minutos de meditação, uma oração da qual tenha fé, oferendas de lamparinas, qualquer forma de conexão com o seu Sagrado. 

Peça que o seu propósito, para essa vida, seja revelado e que o propósito da vida de cada ser também possa ser revelado. 
Faça brilhar, de um diamante no centro do seu coração, luzes de arco-iris que se expandem e ao tocarem cada ser, esses terão alívio dos seus sofrimentos.

Que a Grande Mãe abençoe todos os seres!